Como sei que estou adorando a Deus?
Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos!
Ajoelhemos
diante do Senhor que nos criou.
(Salmo 95:06)
Adoração é o ato ou o efeito de adorar. Adorar é amar
de modo intenso, é ter reverência, nutrir forte admiração, possuir devoção e
submissão para com algo, alguém ou algum lugar. Em se tratando de Deus, a
adoração também está ligada às nossas entregas a Ele, tanto à entrega do nosso
Ser, quanto à entrega das nossas ofertas de louvor, bem como à honra que Lhe
prestamos, à fidelidade que Lhe oferecemos, à sinceridade como conduzimos nosso
relacionamento para com Ele e à negação pessoal que nos auto impomos todos
os dias, frente às constantes e diversas ofertas contrárias ao modelo e aos
comportamentos que Cristo nos deixou como exemplo.
Muitas pessoas
associam o termo adoração a um culto ou cerimônia
religiosa, mas, na verdade, a adoração a Deus não é um momento, mas
uma escolha, um estilo de vida, o qual, quando adotado, permite ao adorador renunciar
a seu Eu, de seus desejos, de suas vontades, de suas verdades
e vaidades, colocando-se como servo, em troca de um sentimento
ímpar de satisfação plena por ter entregado a Deus o seu
melhor, naquilo que Ele requerer, em todos os tempos, momentos e
âmbitos de sua vida.
Encontramos a adoração quando cantamos ou tocamos um
hino no templo ou igreja, no coletivo, com comunhão, quando há dezenas ou até
centenas de irmãos e irmãs imbuídos no mesmo sentimento de louvor. Mas também a
encontramos no assobio singelo de uma canção, ou quando, em meio a uma provação
pessoal, encontramos força ao cantar para nós mesmos um trecho fortificador.
Empreendemos a adoração quando oramos ao Pai sem pensar
nos nossos problemas ou nas soluções que esperamos para a nossas vidas,
colocando-nos em sua presença apenas para agradecer. Agradecer pela Vida, pela
Graça, pela oportunidade de relacionamento para com Ele e por assistir nossos
dias, cuidando-nos e guardando-nos.
Praticamos a adoração quando vamos a um culto sem a
pretensão de que Deus fale conosco naquilo que nós queremos ouvir, mas
esperando que nos exorte segundo a Sua Santa Vontade, naquilo que é a nossa
necessidade espiritual, para alcance da vida eterna em glória nos céus, o que é
nosso maior galardão, e deve ser a maior prioridade de nossas vidas.
Exercemos a adoração quando dividimos algo com quem
necessita, não para autopromoção, mas para que Deus seja em nós, e por nós,
glorificado, colocando-nos inteiramente como ferramentas e instrumentos em Suas
Santas Mãos, sem intenções ocultas, mas para cumprir a vontade do Criador.
Cumprimos a adoração no respeito, submissão e amor ao
próximo, a todos os próximos, quando visualizamos a todos que estão à nossa
volta como iguais, como filhos do mesmo Deus e, portando, sujeitos à mesma
graça que recebemos, agindo para com todos eles com integridade e sinceridade,
com equidade, observando a bênção pessoal que Deus derrama sobre a cabeça de
cada um e considerando que cada ser humano possui uma história única e
insubstituível, constituída por suas experiências, suas alegrias, tristezas,
provações e vitórias.
Produzimos a adoração ao vincular os nossos êxitos e os
nossos sucessos a Deus, bem como a nossa prosperidade à Sua vontade e ao Seu
querer, unicamente, reconhecendo que sem Ele nada somos, nada podemos e nada
fazemos, discernindo que as nossas conquistas são de Deus em nós, e não de nós
mesmos, dando a Ele toda a honra e glória pelos nossos feitos.
Agimos com adoração ao ver o mal e escolher esconder-se
dele, ao invés de nos colocar em situação de perigo espiritual. Fugir do mal
não é vergonha, é sinal de adoração à Deus, e reconhecimento pelo sacrifício
vivo de Cristo que nos proporcionou gratuita e eterna Salvação.
Estabelecemos a adoração ao considerar que
indubitavelmente o Espírito Santo vive em nós, e manifesta a glória de Deus em
nós, e, por isso somos emancipados, feitos reis e sacerdotes, e, ainda assim,
não passamos de inúteis servidores quando comparados à Sua grandiosa e excelsa
presença. A adoração nos mantém sensíveis ao toque do Espírito Santo para
obrar segundo a vontade de Deus em meio às muitas necessidades presentes no
mundo.
Adoramos a Deus ao escolher ser fiéis a Ele, custe o
que custar, venha o que vier, passe o que passar. Adoramos a Deus ao dar-Lhe
glórias e aleluias. Adoramos a Deus ao cantar e salmodiar em Sua presença com
os nossos cânticos e com a voz da nossa alma. Adoramos a Deus ao contemplar a
natureza e as belezas das leis da Sua criação. Adoramos a Deus ao contemplar
Sua vontade como algo determinante, definitivo. Adoramos a Deus ao, ajoelhados,
sozinhos, no íntimo do nosso quarto, ouvi-lo, em silêncio,
atentamente, em vez de falar com ele.
Acordai igreja de Cristo!
Adoreis a Deus em Espírito e em Verdade, pois os fiéis
adoradores herdarão o reino dos céus. Não é só no templo que devemos adorar a
Deus, mas em nossas vidas, ou melhor, com as nossas vidas.
Em Cristo, Vinicius Crestani.