Cada um tem o seu propósito diante da presença de
Deus!
Todos os dias determinados para mim foram
escritos no Teu livro antes de qualquer deles existir.
(Salmos 139:16 - NVI)
Como sabemos, irmãos, existem vários tipos de pipas, também conhecidas por outros nomes como papagaio, maranhão, pandorga, capucheta, peixinho, raia, etc. Consideremos, porém, que umas são feitas para subir com pouco vento, outras para levantar voo e enfrentar muito vento. Algumas, que não têm tanta força, podem ser erguidas com linha de costura. Ao oposto, outras, de tão fortes que são, só podem ser controladas com cabos... Isso mesmo, cabos... Há pipas que são usadas só para colorir e enfeitar ainda mais os céus. Existem aquelas pipas que são feitas com a intenção de realizar manobras rápidas, mas, por outro lado, também há algumas que são bem lentas, e que, de tão vagarosas que são, nos enfadam, como é o caso dos peixinhos e das capuchetas.
Vejamos, irmãos: da mesma maneira que cada pipa é criada para um determinado propósito, assim também somos nós na presença do Criador.
Infelizmente, não raro, nos pegamos julgando o propósito alheio, querendo comparar o voo de outras pipas com o nosso voo. Também é fato que temos dificuldade de identificar qual é o nosso próprio propósito (que tipo de pipa somos) e, por isso, passamos uma parte de nossas vidas (alguns a vida inteira) tentando ter e ser o que não fomos criados para ter e ser. Oxalá que não estejamos neste momento, nós mesmos, escolhendo voar em ventos que não são para nós.
Felizes seremos no dia em que alcançarmos a alegria de encontrar e reconhecer o nosso próprio propósito para, assim, aprender de fato a também respeitar e torcer pelos voos (propósitos) das outras pipas, sejam quais forem. Assim, deixaremos de nos comparar inadequadamente, e pararemos de julgar o outro e de questionar a sua essência, bem como o propósito para que foi forjado. Afinal, não podemos esperar que a frágil capuchetinha voe alto e tenha a mesma força que um grande maranhão, ou vice-versa.
É preciso considerar que alguns indivíduos foram feitos por Deus somente para alegrar e colorir os dias nublados. Outros, somente para voar em meio a tempestades e, não adianta, se não estiverem no meio de grandes ventos, não decolam. Uns foram feitos para alçar altos voos e outros para voar baixinho, bem próximo ao chão. E todos têm sua importância e respeito diante dos olhos do seu Criador. Ele, melhor do que ninguém, sabe a pipa certa que usar diante das mais diversas intempéries encontradas nos ventos da vida. Existem céus e propósitos para todos, se assim não fosse, perder-se-ia totalmente o sentido de nossa existência.
O fato, irmãos, é que todos nós sem exceção, independente de modelo, versão, tamanho e cor, fomos criados para cumprir um plano de voo, um propósito determinado, e todas as rédeas dessa jornada estão nas mãos do nosso Formador. E só vive o propósito quem suporta o processo. Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo, não atribuamos limites aos nossos voos a partir das opiniões de qualquer um. Se ainda existem dúvidas, saiba agora que o seu propósito e a sua missão são grandes aqui nesta Terra.
Certamente, se Deus revelasse o processo e os detalhes da nossa missão e do nosso propósito dentro do Seu plano perfeito, seria muito difícil aceitarmos, principalmente as partes difíceis, especialmente no que diz respeito às escolhas. Optaríamos sempre pelos caminhos mais fáceis, menos dolorosos, mais simples.
O mesmo ocorreu com todos os santos que atravessaram processos duros para se manter no centro da vontade de Deus. Moisés, José, Davi, Elias, Daniel, Paulo e tantos outros, se soubessem por tudo aquilo que teriam que passar para concluir o plano de voo individual elaborado por Deus, talvez teriam desistido e permaneceriam quietos, inertes, paralisados, cada um em seu lugar de conforto.
O processo, portanto, se dá de acordo com o tamanho do propósito que Deus reserva a cada um de seus filhos. Estar no centro da vontade de Deus, amados, em boa parte das vezes significa inclusive não ser compreendido pela maioria das pessoas que estão à nossa volta. Mas, estejam certos, e guardem isso em vossos corações: no final, vai valer a pena.
Mesmo quando nos sentimos desacreditados, desmerecidos, julgados, caluniados e, por vezes, até que estamos no lugar errado e na hora errada, enfrentando crises e mais crises existenciais devido ao processo a que estamos sendo expostos para seguir no centro da vontade de Deus, no final teremos motivos para dizer que valeu a pena: o processo vai valer a pena. Assim como foi com tantos heróis da Fé, que passaram por duros processos e fortes ventanias para que se mantivessem no centro da vontade de Deus.
Se pudéssemos hoje perguntar a cada um deles se valeu a pena, por certo a resposta seria, com um grande sorriso no rosto: SIM, MEU IRMÃO, VALEU A PENA!
Continuemos servindo a Deus com os nossos dias, com os nossos voos, com as nossas pipas e com toda a força do nosso ser.
Deus Abençoe!
Em Cristo, Nil Ferreira.